segunda-feira, 23 de março de 2009

Quem disse que as pessoas não merecem uma segunda chance?



Em sua incansável busca de conquistar o universo paralelo que permeia redes de amizades, fofocas e outras cossitas más, o GMAIL acabou de inventar um magnífico botão de UNDO para os seus usuários. É isso mesmo. Uma ferramenta para desfazer besteiras como as de quando você manda o e-mail e percebe que escreveu Bia para a Carolina, ou que esqueceu de escrever alguma informação importante naquele e-mail de cobrança. Isso sem contar nas vezes em que, numa brincadeira inconseqüente, xingamos e escrevemos besteiras e, num ato falho, o ENTER se mete na frente do anelar.

Excelente iniciativa para o atual caos que vivemos. Quem nunca errou, que sinta o prazer de apertar, pelo menos uma vez seu nível de undo, o alívio do arrependimento que já virou filosofia de vida.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Presença da ausência

O papo de hoje pode não ser bom para todos. Muitos com certeza vão se levantar e ir embora, outros ouvirão sem falar nada. Alguns sentirão um nó na garganta, enquanto a minoria perde a vergonha e molha a mesa com rios de saudade.

Quem disse que ela não dói? Um sentimento que só pode ser explicado em português. Na dor de cada dia, presença da ausência e no repleto vazio que se instala em nossos corações.

Ainda mais quando o que se ausenta sai por vontade própria. Separação anunciada, querida, criada e rasgada do destino criado como certo.

Como diria o nosso “poetinha camarada”, “A vida é a arte do encontro embora haja tantos desencontros pela vida.”



Tarde demais

Se um dia me perguntarem para onde vou, não digo
O meu destino permanecerá guardado para mim
Assim como o seu
Que ainda cisma em me esbarrar

E agora?
Não sei, mas seguirei em frente
Você também não ficará olhando para trás
Enxergues adiante um sorriso
Apaixone-se

Só não faça a mesma coisa com o coitado
Nunca fui bom de praga
Mas tu ainda pagarás
E olha que o amor cobra juros e mais juras
Assim como fizeste

Naufraguei em mares salgados
Com nascentes que regavam a boca
E secavam a minha voz
Perturbada por não ouvir a sua

Isolei o meu calor de outros quentes
Imaginando que ainda pudesse arder comigo
Naquelas penumbras que invadiam o leito branco
Molhado com gotas de ilusão que hoje evaporaram

O encaixe era perfeito,
Até mesmo em condições estranhas
Em um delírio por levitar mais alto
E satisfazia

Voavas leve
Tão alto que estrelas brilhavam nos olhos
A força perdia para gravidade
Enquanto saltávamos em piscinas rasas

Não quero voar
Pelo menos por agora
Mesmo que faça por outros ares

Mas dei a volta por cima
Construindo mais um sonho
De cada desilusão jogada ao chão
Presa ao seu sorriso saciado

Hoje não quero dar perdão
Só busco a sorte de alguém que saiba voar
Com a imperfeição do amor
Alimentando o prazer da incerteza
Para voltar a ser feliz.


® Jorge Lopes Abrahão

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Novo circo chegando na cidade


Vai começar o circo... Aliás, já começou... Todo ano tem uma novidade nos fogos de Copacabana. Antes foram os foguetes que explodiram na areia, depois uma nuvem de fumaça que tampou todo espetáculo e esse ano... Ah era para arrasar... E arrasou...

Nosso amiguinho italiano Giancarlo Zanotto, sócio da empresa responsável pela queima de fogos na orla, acionou o dispositivo antes da meia noite. Ainda não tinha nem contagem regressiva e cores conquistavam o céu. Só para quem não estava no Leme, parte que pôde apenas apreciar nuvens coloridas.

O motivo? O relógio dele era analógico e estava 1 minuto atrasado. Como pode tão pouco tempo fazer tanta diferença?

Mas é ano novo! Está valendo tudo! E a partir da semana que vem, mais ainda. Isso porque vai começar o programa responsável por gerar cifras bilionárias para a Rede Globo de Televisão e lavar os cérebros que cismaram em assistir o Jornal Nacional. Está no ar o Big Brother Brasil e você vai acabar dando aquela espiadinha.

São meros trinta minutos capazes de fazer a maior parte da população brasileira esquecer de tudo o que acontece a sua volta. O Brasil dorme de acordo com o clima do episódio. Esse ano eles prometeram inovar. Serão mesclados romances mexicanos com brigas de peixeira e bastante intriga de fofoqueiros. Parece que já vimos este filme. O pior, uma, duas, três... sete vezes. Precisa da oitava?

Que pelo menos o número oito nos traga sorte. Afinal, 2008 está aí. É o ano do rato, o ano do 8 e para quem gosta de somar, o ano do 10. Superstição é que não falta pra gente embalar este ano que só conta com 7 feriados em dias de semana. Vamos ter que planejar bastante...

Pense. Mais um ano que começa. Um ciclo inventado para controlar a sociedade se reinicia. Não deixe que use você. Muito menos que atrofiem seus axônios. Invente. Inove. Transborde e busque a cada dia fazer a diferença.


Quanto ao novo ano?
Teremos pão e circo.

Um bom show para você também.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Uma tragédia de perto, mas uma comédia de longe

Natal. Tempo de se festejar, desejar a conquista da prosperidade. Tempos Modernos.

O que pouca gente sabe é que há 30 anos o mundo perdia um gênio do humor na sétima arte, Charles Spencer Chaplin. Um mestre capaz de explicar a vida de uma maneira simples e irônica como qualquer vida boa.

“A vida é uma tragédia se a vê de perto, mas uma comédia se olha de longe",

Em sua homenagem, uma poesia sobre aquilo que a gente não sente passar, mas foge. E quando abrimos os olhos para ele, já é tarde.


O Tempo

O instante é memória
Só se pensa quando passa
E envelhece na vidraça
Olhando o seu amor amar

Entradas que se abrem
Cores que se perdem no branco
Veias que penetram a pele
Em uma geografia perfeita do tempo

Não se procura a fruta mais bonita
A que está ao alcance já satisfaz
E a vida, com seu complexo labirinto
Deixa bilhetes em paredes que cismo em passar

As grafias aceleram os ventos da tempestade
Os retratos encharcam emoções em nossas janelas
A saudade entra como um mal-súbito
Socando o peito com batidas secas

E assim, criam rios na cara do presente
Que em um simples encontro com o passado
Perde a noção daquilo que já não se tem
Do que já não volta

De tudo aquilo que a vida já viveu.

® Jorge Lopes Abrahão

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Gente humilde


Certa vez pensei ter descoberto a origem da nobreza de um homem, mas estava enganado. E a cada tropeço com uma pessoa de mais idade abro os olhos para antigos enganos.

Nas vésperas de completar seu centenário, Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares declamou toda sua poesia, já impressa em pilares, com olhos sedentos por vida.

Em uma entrevista para BBC, Niemeyer faz declarações com simplicidade de um nobre que sabe o seu valor, mas não espera o reconhecimento de ninguém.

"A data não é importante. A idade não é importante. O tempo não é importante. A arquitetura não é importante. O que nós criamos não é importante. Somos muito insignificantes. O que é importante é ser tranqüilo e otimista."

"O que me faz levantar todas as manhãs é o mesmo de sempre: a luta, o comunismo puro e simples”

"Fidel, Chávez, eles representam a luta de hoje. O capitalismo domina, mas ele vai fracassar. Tenho fé nisso. A revolução não pode parar.”

Chico Buarque diria: “É Gente Humilde, que vontade de chorar.”

Kinho Vaz traduziria: “Sempre vale a pena sonhar/ Todo sonho é bom, viver/ Você tem que acreditar/ Vai acontecer.”


Que nó na garganta...


Paradoxo


Tem coisa mais bonita do que “Paradoxo”? Quando essa palavra é usada, o seu discurso ganha vigor. Ganha vida. Ainda mais sendo uma argumentação acusativa da fala alheia. “Você está sendo paradoxal!”. Quem escuta, até acredita e se imagina, mesmo que por um segundo, o culpado da história.

Sol e chuva. Velocidade no congestionamento. Calor glacial. Fernando Henrique Cardoso. Estes são os exemplos mais claros desta famosa figura de linguagem. Aliás, a cara do nosso país é um paradoxo.

A começar pela bandeira. Um artigo que tem como finalidade dar identidade a alguma instituição. Benjamin Constant, em um lapso de consciência, liberou o decreto nº 4 de 19 de novembro de 1889 adotando oficialmente as palavras Ordem e Progresso para simbolizar esta nova república. Brincadeira? Só pode ter sido.

Mas brincadeira mesmo vem agora. O órgão da ONU responsável pelo desenvolvimento anunciou esta semana que o Brasil conquistava o patamar de “alto desenvolvimento humano”, de acordo com um levantamento elaborado desde 1990. E aqui começa a piada: o mesmo ainda teve a audácia de afirmar apresentamos avanços importantes em educação, saúde e riqueza.

De fato moramos em um país rico, mas somente em recursos naturais. Saúde? Bem, temos para dar e vender. Quem não quiser comprar tem que chegar cedo para pegar senha. Educação? Uma beleza de paradoxo.

Essas maravilhas de frases não caem no vestibular... Ajudaria tanto!

Isso se o pessoal soubesse ler. No último ranking produzido pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) os estudantes brasileiros foram classificados como uns dos piores do mundo no conhecimento da matemática e na capacidade de leitura.

Pelo visto, estamos de parabéns. Afinal, conquistamos uma posição no ranking! Resultado de nossa ordem trabalhando para o progresso.

Enquanto isso, o povo brasileiro continua somando e dividindo.

Garçom mais dois! E meia porção de aipim, por favor.


Referência: BBCBrasil.com

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Não vai cair ninguém! Todo mundo aí... Olhando pro alto!


Nem adianta chamar o Capitão Nascimento e sua tropa, peito e bunda só obedecem às leis de Newton. Mas isso tende a mudar. Com tanta tecnologia influenciando em nosso dia-a-dia, cientistas resolveram pensar um pouquinho nas mulheres com certo desequilíbrio corporal.

Presos inicialmente no crescente número de mulheres fazendo prática de esportes, um grupo de jalecos brancos lá da terra dos Cangurus inventou sensores que, ao serem acoplados no tecido do sutiã, monitoram os movimentos dos seios durante o exercício físico.

Depravados? Não... Tudo bem que o sobe-desce, até certo ponto, é gostoso de se ver, mas elas sofrem, acredite! Pra começar, em uma pesquisa feita no Reino Unido, descobriram que 70% das mulheres usam números inadequados aos seus formatos. Alguém sabe por quê?

Este foi apenas o primeiro passo. Agora, eles pretendem desenvolver um sutiã inteligente, capaz de alterar as regulagens das alças de acordo com os movimentos realizados. Assim, eles acreditam reduzir o índice de dores nas costas, consertar a postura corporal e manter durante mais tempo os biquinhos voltados para a lua.


Elas agradecem.

A gente mais ainda.
Referência: BBCBrasil.com